A Reforma Tributária aprovada pelo Congresso Nacional representa uma das maiores transformações do sistema tributário brasileiro em décadas. Seu principal objetivo é simplificar, unificar e tornar mais transparente a forma como pagamos impostos sobre bens e serviços.
Mas o que muda na prática? Por que essa reforma é considerada tão importante? E como ela impacta o dia a dia de empresas e consumidores?
Por que o sistema atual precisava de reforma?
Atualmente, o Brasil possui um dos sistemas de tributação mais complexos do mundo. São diversos tributos sobre consumo, cobrados por diferentes entes federativos, com regras variadas, cumulatividade e ampla margem para interpretações.
Entre os principais problemas estão:
- Complexidade operacional;
- Custo elevado para cumprimento de obrigações acessórias;
- Dificuldade de fiscalização e aumento da judicialização;
- Efeito “cascata” que aumenta o preço final para o consumidor.
A reforma visa resolver esses pontos, unificando tributos e criando uma base mais moderna e eficiente.
Quais são os novos tributos?
Com a reforma, os atuais tributos sobre o consumo (PIS, COFINS, IPI, ICMS e ISS) serão substituídos por dois novos tributos:
- CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços) – tributo federal que substitui PIS, COFINS e IPI.
- IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) – tributo estadual e municipal que substitui ICMS e ISS.
Ambos terão base ampla de incidência e um modelo de crédito financeiro não cumulativo, ou seja, o imposto pago nas etapas anteriores poderá ser aproveitado sem restrições.
Como será a transição?
A mudança será gradual, com cronograma já definido pela Emenda Constitucional:
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- 2025: começa a transição com simulações e ajustes nos sistemas.
- 2026: início da cobrança da CBS e IBS com alíquota teste (1%).
- 2027 em diante: entrada plena em vigor dos novos tributos, com extinção progressiva dos atuais.
A transição completa está prevista para terminar em 2033.
O que muda na prática?
- Redução da cumulatividade e da “carga invisível” nos preços;
- Incidência no destino (e não na origem), favorecendo estados consumidores;
- Eliminação de benefícios fiscais específicos e zonas francas;
- Unificação de regras e obrigações acessórias;
- Mais facilidade de apuração e menos risco de erro.
A Reforma vai aumentar a carga tributária?
A proposta da reforma é neutra do ponto de vista de arrecadação. Ou seja, a carga total de tributos não deve aumentar mas sua distribuição entre setores e empresas pode mudar.
Alguns setores tendem a ser mais impactados, como:
- Serviços intensivos em mão de obra;
- Cooperativas;
- Prestadores de serviços com baixa cadeia produtiva.
Por isso, cada empresa deve avaliar com atenção como será afetada individualmente.
A Reforma Tributária é uma realidade.
Entender seus fundamentos e acompanhar o cronograma de implementação é o primeiro passo para uma adaptação consciente e estratégica.